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Estamos chegando ao final de 2020, um ano atípico e que colocou como desafio à humanidade o enfrentamento da mais grave pandemia dos últimos 100 anos.
A pandemia da Covid-19 mudou as formas como estamos vivendo nossas vidas, atingiu a economia, os empregos e também a visão do eleitorado sobre a postura das forças políticas no seu enfrentamento.
Um exemplo foram as eleições americanas, onde a postura negacionista, irresponsável e incompetente de Donald Trump no enfrentamento da pandemia erodiu a sua popularidade, que se mantinha alta através do uso intenso das redes sociais.
Trump, começou o ano como franco favorito e terminou como o único presidente americano não reeleito nos últimos 30 anos.
No Brasil, a postura subserviente de Bolsonaro aos ditames de Trump, traduziu-se também no enfrentamento à Covid-19, a ponto do governo federal ter demitido ministros da Saúde que manifestaram apoio mínimo aos preceitos científicos e definido que um general da ativa que confessou não ter nenhum conhecimento sobre o SUS como gestor da Saúde.
Ao analisarmos os primeiros resultados das eleições municipais, podemos inferir que as candidaturas negacionistas, alinhadas à extrema-direita e anti-políticas também foram mortalmente atingidas em todas as regiões.
Ainda sobre as eleições nas cidades, os primeiros resultados mostram que apesar do PCdoB ter reduzido o número de prefeitos e vereadores eleitos, estes foram vitoriosos em novas e duras condições. O Brasil assistiu as primeiras eleições sem coligações proporcionais desde a redemocratização. Foram eleitos 46 prefeitos e 678 vereadoras e vereadores eleitos apenas com os votos do PCdoB.
Sem dúvida nenhuma o Partido irá avaliar com extrema atenção os resultados das eleições deste ano, pois a correção de erros e o aprofundamento de experiências bem sucedidas serão fundamentais para a superação da cláusula de barreira que temos que enfrentar em 2022.
No DF, assistimos o governo Ibaneis agir em sintonia explícita com a política do governo Bolsonaro , sequer as oscilações testemunhadas no início da gestão estão presentes no momento atual. Essa orientação se materializa em iniciativas como a tentativa de privatização da CEB muito ao gosto da política ultraliberal definida pelo governo federal . O caráter contraditório do governo, que era sua característica mais visível até meados de 2020, deixa de ser seu traço mais marcante e ele passa a rasgar compromissos assumidos durante a campanha.
Ibaneis faz a opção de fragilizar a política energética do DF e vender uma empresa pública estratégica e lucrativa, numa clara sinalização de que há a decisão de deixar o caminho do centro político caminhando para se tornar um governo de direita, com acenos à extrema-direita bolsonarista.
Vale ressaltar a vitória maiúscula que a construção política mais ampla conquistou na UnB, onde evitou-se que a Reitoria caísse nas mãos de um aliado terra-planista do atual governo, num contexto em que os princípios da democracia e autonomia universitária tem sido vilipendiados sistematicamente em diferentes universidades brasileiras.
Este também tem sido o ano do reforço à luta antirracista no Brasil e no mundo. Mais do que nunca, a luta contra o racismo e todas as formas de preconceito e discriminação assume papel estratégico na luta do(a)s comunistas.
Lançamos candidaturas negras em todo o país, em destaque às prefeituras de SP e Salvador.
Realizamos nossa reunião ainda sob o impacto do assassinato de João Alberto em um supermercado da cidade de Porto Alegre às vésperas do Dia da Consciência Negra.
Diante este trágico acontecimento para ressaltar que Vidas Negras Importam e que a luta antirracista é também a luta de todas e todos o(as)s militantes do PCdoB.
Para enfrentar os desafios dessa conjuntura é fundamental que o PCdoB/DF adiante e reforce a construção de nossa chapa à Câmara dos Deputados, assim como dê força, energia e recursos para a organização dos comunistas nas cidades.
A batalha de 2022 será dura, está em nossas mãos a luta pela retomada da democracia. Mais do que nunca a construção de uma frente ampla deve ser o centro da ação dos comunistas no Brasil e no DF também.

Comissão Política do PCdoB-DF