Sobre a conjuntura do DF, o Comitê do DF aprovou também uma resolução sobre a centralidade da luta contra o governo de extrema-direita de Bolsonaro, e a construção de uma Frente Ampla no Brasil e no Distrito Federal.
Veja a íntegra da resolução:
Nossa luta é em defesa da vida, da democracia e pela saída de Bolsonaro
O Brasil já ultrapassou a triste marca dos 100 mil mortos. Em meio a mais grave crise sanitária de sua história, Bolsonaro é o principal responsável pela tragédia que se abate sobre milhares de brasileiros. É negacionista em relação a pandemia, combate o isolamento social, ataca governadores e prefeitos, é inimigo das ações sanitárias e o país está sem ministro da saúde há meses. O governo foi contra o auxílio emergencial de 600 reais e promove de forma suspeita a cloroquina, que não tem eficácia comprovada e é produzida por empresários amigos.
A Pátria está ameaçada em sua soberania e democracia. Fora Bolsonaro é uma exigência para a busca de soluções para os graves problemas. Mais do que nunca é necessário a construção de uma Frente Ampla em defesa da democracia, da vida, do emprego e da renda que isole as ações nefastas desse governo.
No Distrito Federal o Partido age orientado por sua política de priorizar a oposição a Bolsonaro e a construção da Frente Ampla como principal tarefa dos comunistas. Portanto, temos que explorar contradições e procurar valorizar tudo que represente o enfrentamento aos intentos golpistas do principal mandatário do país.
Esse é o campo político da nossa atuação: a defesa da Democracia e a construção da Frente Ampla no DF, respeitando, por certo, todas suas particularidades.
O PCdoB deve manter sua independência a autonomia para elogiar e criticar as ações do GDF. Esta constatação não nos impede de expressar posição crítica frente a quaisquer forças políticas que possam compor essa Frente, inclusive a que hoje se encontra no comando do Governo do Distrito Federal. Assim, repudiaremos qualquer tentativa de retirada de direitos ou de dilapidação do patrimônio público do povo do Distrito Federal, como privatizações de empresas públicas, espaços públicos (a exemplo dos estacionamentos das quadras do Plano piloto) ou medidas que coloquem em risco a saúde e avida de nossa população diante da pandemia. No combate à pandemia, o GDF tem apresentado erros, acertos e vacilações. O Partido já tomou posição sob a melhor maneira de enfrentar a pandemia e irá debatê-la amplamente em todos os fóruns, principalmente agora, após mais de 4 meses de negacionismo e sabotagem do genocida Bolsonaro.
Por outro lado, destacamos as atitudes do governador Ibaneis e a sua posição contra o golpismo de Bolsonaro, na defesa da democracia nos últimos acontecimentos em defesa do STF e contra o “grupo dos 300”. É preciso então, compreender o movimento dinâmico da política e ter clareza sobre quem é o nosso principal inimigo: o desgoverno genocida de Bolsonaro. Assim, entendemos que fazer uma oposição de forma sistemática ao governo local seria, na prática, limitar o alcance e as possibilidades da Frente Ampla e da campanha pelo Fora Bolsonaro no DF.
O PCdoB DF empenha seus esforços para, de fato, unirmos todas as forças políticas que defendem a democracia. Inúmeros setores, personalidades e partidos políticos no DF percebem as ameaças golpistas do governo Bolsonaro e estão dispostos a cerrarem fileiras para combatê-lo.
Combate à Covid-19 no Distrito Federal.
Depois de mais de meses do início da pandemia, todos os governos estaduais adotam política de flexibilização das regras de isolamento rígido. Isso decorre da atual fase em que as medidas de lockdown já não surtem efeito e é necessário adotar estratégias eficientes. Também contribui para a situação a pressão econômica advinda da sabotagem do governo Bolsonaro ao socorro a estados e municípios e o abandono a própria sorte de micro, pequenos e médios empresários que tem sido negado acesso ao crédito. Paulo Guedes na reunião ministerial de abril disse “nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas”, e é o que acontece, o país bate recorde de falências levando ao desespero esses setores. Mas ainda estamos no pico da pandemia. Reafirmamos a necessidade de aplicação das medidas de combate ao coronavírus. O atual estágio da pandemia no país exige, entre as medidas indispensáveis, romper a cadeia de transmissão do vírus. As iniciativas de suprimir a transmissão estão atestadas em inúmeros exemplos, dentro e fora do Brasil, especialmente nos países asiáticos. São medidas exitosas para conter o atual quadro de contágio, como também de assegurar que novas ondas da pandemia possam ser controladas com segurança. Essas ações se resumem a lançar mão das tradicionais medidas de vigilância e inteligência epidemiológica, as quais tem como foco: a) a busca ativa de novos casos; b) rastreio dos seus contactantes e; c) isolamento dos casos positivos. Em Brasília, essas ações podem ser desenvolvidas pelo que temos de mais forte e exitoso no SUS, que é a capilaridade das Unidades Básicas de Saúde, com suas equipes de saúde da família, devidamente orientadas por informações das regiões administrativas, bairros ou ruas, com índices maiores de reprodutibilidade do vírus.
Ao invés do governo buscar a volta as aulas, ele deveria trabalhar por melhores recursos e treinamento para os educadores, dar acesso internet de qualidade e gratuita, tabletes etc. para estudantes e professores, tabletes e computadores para garantir as condições para que os estudantes e professores possam estudar e trabalhar
Quanto ao retorno das atividades escolares, exigimos cautela e atenção redobrada. Neste sentido, o PCdoB defende que se mantenha as atividades administrativas e pedagógicas não presencial nas unidades escolares.
Nossas tarefas políticas imediatas são a construção da Frente Ampla em defesa da Democracia; a luta por uma plataforma emergencial que garanta a manutenção do auxílio emergencial de R$ 600,00, pelo menos até o fim do ano, e por uma retomada do crescimento e apoio aos micro, pequenos e médios empresários(as), financiado pela emissão de título pelo Banco Central; a defesa do emprego, da renda e do trabalho; a votação do novo Fundeb; a defesa da vida e solidariedade aos trabalhadores, trabalhadoras que perderam seus empregos e sua renda e a população vulnerável de nosso Distrito Federal.