Escolha uma Página

O impacto das chamadas medidas de “austeridade fiscal” atingiu de forma direta o sistema de saúde pública e a vida da população brasileira. Estima-se que desde 2018 o financiamento da saúde teve uma sangria nos seus recursos de mais de 22 bilhões de reais, tudo isso agravado com a nefasta Emenda Constitucional 95 e o desmonte do Estado brasileiro.
O novo coronavírus atinge de forma dramática a todos, não reconhece fronteiras e está presente desde os Estados Unidos da América ao Níger na África Ocidental. Na saúde e na economia o coronavírus deixa um rastro de destruição e morte. Alguns já fazem referência o equivalente a chamada “crise de 1929”, que foi a mais profunda que até então atingiu o capitalismo.
O modelo econômico de predominância neoliberal, é incapaz de oferecer saídas e respostas para a crise, hoje agravada pela pandemia do novo coronavírus.
O desmonte do Estado Nacional, e a completa exaustão financeira, com a violenta contração do gasto público para os programas sociais e de investimentos em setores estratégicos, deixou fragilizado o Estado na sua capacidade de enfrentamento da pandemia.
Com uma campanha de marketing competente e exitosa , o papel do Estado foi demonizado. Colocaram na cabeça das pessoas que a solução seria o que hoje está na moda, ou seja, o chamado empreendedorismo de viés cultural, religioso, ambiental, político e social em substituição ao papel das políticas públicas universais. No marketing , tudo isso era muito mais eficiente e melhor que o Estado. Estado mínimo , era o mantra dos neoliberais que demonizavam
os serviços das estatais e os seus servidores. A privatização seria a panacéia da resolução de todos os males do serviço público. Quanta ilusão! , atualmente com o agravamento da crise o mundo inteiro clama por mais presença do Estado. Os fundamentos ideológicos que sustentaram as políticas neoliberais, afundam na crise. As cadeias produtivas das áreas estratégicas como a do setor de saúde, microeletrônica, petróleo e gás, ciência , tecnologia e informação foram as mais atingidas com cortes orçamentários. Hoje assistimos ao colapso dos insumos para o enfrentamento do novo coronavírus. Vivenciamos a quase paralisia da indústria de equipamentos e dispositivos para o atendimento à saúde. A segurança à saúde da população ficou vulnerável em função da falta de insumos básicos e equipamentos, dependendo da produção e importação da República Popular da China. O presidente, Donald Trump, disse, que precisa de máscaras de proteção contra o coronavírus. Também afirmou que não quer “outros conseguindo” os equipamentos. Uma guerra comercial e insana foi instalada no mundo.
Enquanto muitos sofrem com o desemprego, dor e incerteza , os bilionários proprietários de superiates se isolam no mar aberto com salas médicas e equipe particulares. Os superiates mal conseguem acompanhar o aumento da demanda em meio a pandemia do novo coronavírus. “A Covid-19 impactou fortemente a indústria de iates”, noticiou recentemente a revista Forbes. Com este exemplo fica claro o valor de tudo, quem produz e quem subtrai na economia global.

*Carlos Décimo, é graduado em Engenharia de Pesca, Artista Plástico, atualmente é Secretário de Quadros do PCdoB/DF.