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O Distrito Federal comparado a outros Estados da Federação é um Estado novo no qual seu povo ainda está em processo de construção de seu futuro. Suas características únicas são fundamentais para lançar luz sobre o potencial de sua região e sua economia, precisamos vislumbrar que uma das vocações de Brasília é ser um grande centro de desenvolvimento científico e tecnológico.

Para que essa vocação prospere é preciso compreender que investir na educação é a forma mais eficiente de proporcionar um crescimento econômico estável e perene. Assim o progresso tecnológico e digital é consequência de investimentos na educação. Inclusive, é bem comum que em países com grande desigualdade haja a chamada Fuga de Cérebros, em que pesquisadores promissores mudam-se para outros países com qualidade de vida e apoio científico melhores, agravando a situação do país de origem.

Insistimos no ponto educacional, pois precisamos avançar para consolidação da Universidade do Distrital Federal, sua consolidação dentro de um projeto de desenvolvimento em longo prazo perpassa por repensar o modelo pedagógico universitário, adequando – a nova dinâmica social, rompendo com currículo e os métodos tradicionais, tendo uma Universidade com estruturas mais dinâmicas e mais ágeis, no contexto da cultura digital, permeada pela inovação no âmbito do tripé ensino, pesquisa e extensão.

A edição da Lei Nº 5.141, de 31 de julho de 2013 e do Decreto N° 34.591, de 22 de agosto de 2013 que autorizou a criação da Fundação Universidade Aberta do Distrito Federal, da destinação de fonte de recursos, autonomia didático-científica, administrativa, de gestão financeira e patrimonial é um importante avanço para a consolidação da Universidade Distrital.

Cabe destacar que algumas ações tanto no âmbito da graduação quanto da pós-graduação vêm sendo desenvolvidas na perspectiva da criação da Universidade Distrital. Tendo como principais metas a construção de uma nova identidade para Educação Superior no Distrito Federal, utilizando como modelo pedagógico que deverá ser seguido o da Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS. Focado na formação transdisciplinar e na interação com a comunidade é um avanço significativo para os desafios reais que temos pela frente.

O Distrito Federal é hoje o penúltimo colocado na oferta de ensino superior público a sua população. Nossa cidade foi concebida para ser vanguarda e temos a oportunidade e  todas as condições de darmos um passo ousado e mostrar ao país de como organizar uma universidade voltada para os anseios da sociedade, na perspectiva da Indústria 4.0.

Precisamos de ousadia para repensar a universidade, inserida no contexto de estratégia de desenvolvimento local com projeções no cenário internacional,  em que a ciência e tecnologia têm um papel importante  na sua consolidação, numa perspectiva de  não só de aumentar o nosso uso sobre as novas tecnologias, mas nos tornar gestores e desenvolvedores delas. Buscamos com essa reflexão contribuir para a construção de uma identidade acadêmica em que insere nossos jovens talentos na corrida em torno do pleno domínio da inteligência Artificial, da Internet das Coisas, Big Data e Computação em Nuvem com intensa automação junto com autonomização do processo produtivo.

Por fim, reforçando a importância do atrelamento da educação, ciência e tecnologia na perspectiva de desenvolvimento econômico do Distrito federal com a proposta da Universidade, citamos o pesquisador Solow (1956) que afirmou a educação é um dos principais pilares da economia. Isso porque indivíduos com acesso à educação proporcionam as melhores ideias, promovendo inovação tecnológica. Assim sendo, de acordo com o modelo de Solow, o incentivo a criatividade humana torna-se o instrumento mais influente na economia.

*Jean Carmo Barbosa – Mestrando em Poder Legislativo, Pedagogo e gestor público. Foi Administrador Regional de Brasília e de São Sebastião. Atualmente é assessor parlamentar na Câmara dos Deputados e colunista do Agenda Capital.

Publicado originalmente na Agenda Capital